O tortuoso caminho da democracia
Carolina Oliveira Antunes
O que faz do Brasil uma democracia? Um cidadão poder andar na rua como desejar, seja de burca, camisa de time, trajes formais ou até capuz e máscara pretos? Ou então o grupo que bem entender se reunir e sair pelas ruas manifestando suas reivindicações e anseios? Ou até mesmo algo que nem sempre nos vem à mente: o simples e essencial direito e dever à voz política do voto?
A necessidade da atual juventude de se expressar e de se posicionar na sociedade é muito compreensível, visto que a descoberta do poder político se dá gradualmente na vida das pessoas. Historicamente esse poder se comprova eficaz em momentos como o das “Diretas Já!” e o dos “Caras Pintadas”. Nas manifestações atuais também já se provou, principalmente pela revogação do aumento na tarifa de ônibus atribuída essencialmente ao Movimento Passe Livre e às multidões que este levou às ruas.
Porém, mesmo com os direitos de liberdade de expressão de todos os grupos garantidos em nossa Constituição, é necessário ter em mente que violência e destruição só trarão aos movimentos rótulos de “terroristas”, “baderneiros” e “vândalos”. Mudanças palpáveis e desfrutáveis por todos só são alcançadas por meio de protestos pacíficos, debates com teor político, diálogos e, acima de tudo, o exercício da cidadania, como já nos provou repetidamente a História.
A falta de caráter político nas manifestações de Black Blocs é o que mais preocupa. Seriam eles neoanarquistas? Como não expõem seus rostos, fica difícil saber o que querem além da “destruição total” de importantes símbolos do capitalismo.
É essencial que os novos eleitores reconheçam a importância de seus votos e do diálogo enquanto ferramenta de mudança política e social. Por isso, é imprescindível a realização de campanhas tanto estatais quanto da sociedade civil, já politicamente matura, pela conscientização desses jovens. Talvez assim o Brasil realmente se firme enquanto estado democrático.
Diego Suguiyama Ribeiro
O que define uma manifestação pública? Manifestação legítima? Vandalismo? As manifestações públicas são um meio de reivindicar nossos direitos ou de depredar a cidade?
No primeiro semestre de 2013, muitas manifestações públicas tomaram o Brasil, reivindicando a redução das tarifas de transporte coletivo. Milhares de brasileiros saíram às ruasao som de “O gigante acordou”. Como a própria frase diz, há muito tempo os cidadãos brasileiros não tomavam as ruas em grandes proporções, reivindicando seus direitos. Desde as manifestações do governo de João Goulart, em 1964, o “Diretas Já” e o impeachment de Fernando Collor, não se via os brasileiros tão indignados com a política vigente.
As manifestações populares possuem o caráter de praticar o exercício de cidadania e a luta pelos nossos direitos. Essa é a forma de mostrar aos nossos representantes que o povo não é passivo frente à política. Contudo, muitos indivíduos enxergam as manifestações populares como uma forma violenta de se manifestar, destruindo lojas, bancos, pixando paredes e até mesmo o patrimônio público. Os Black Blocs ganharam essa conotação por conta da destruição que causaram em suas manifestações. Esse grupo surgiu na Europa, na década de 80 e, hoje, muitos países adotam a chamada tática “Black Bloc” de se vestirem de preto, cobrirem seus rostos e praticarem atos de vandalismo. Em países como o Egito, os Black Blocs chegam a causar medo na população e são reconhecidos como terroristas.
Em resumo, as manifestações devem ser praticadas de fato. Afinal, é o meio para lutarmos por um país mais justo; porém, sem atos de violência e vandalismo, que apenas mancham e prejudicam as reivindicações.
Muitas marchas se manifestam de forma pacífica e eficaz como os White Blocs (seguidores de Gandhi) ou os Pink Blocs (cidadãos que defendem o respeito à homossexualidade). Por que não defender esse mesmo modelo pacífico de manifestação pública?
Olhar disciplinado
Giovanni Fonseca Alves
As
manifestações no Brasil, neste primeiro semestre, são claras tentativas de mudar
o país. É de se esperar que, um movimento de caráter tão amplo e que envolve
tantas pessoas, não ocorra integralmente pacífico. Infelizmente, nosso país,
atualmente, carece de certos recursos educacionais que possam explicar para
toda a população o processo e a fase política pela qual a nação está passando.
Num paradoxo, é a falta de tais recursos que leva tanto reivindicadores quanto
vândalos às ruas.
Quem
acompanhou o início das passeatas pôde perceber como foram rápidos os efeitos
dessa quebra de rotina. O mais recente prefeito de São Paulo, Fernando Haddad,
se sentiu pressionado ou ao menos na posição de reverter os acréscimos de vinte
centavos na tarifa do transporte público e assim foi estabelecido pelos
manifestantes o marco no período de mudanças nos campos da política e serviços
públicos. As manifestações legítimas trouxeram mais conquistas desde então como
a quebra da proposta da emenda constitucional que procurava limitar o
Ministério Público em suas investigações. Com o tempo, o número de membros dos
grupos de reinvindicações diminui, em consequência da mudança de foco da mídia
em geral. O povo continuou nas ruas, mesmo nas “sombras”, e mais vitórias
conquistou. A incessante sede das pessoas por melhores condições garantiu dessa
vez a aprovação do projeto de lei que destina os famosos “royalties” do
petróleo provenientes do pré-sal no litoral brasileiro para outras áreas de importância
no país: saúde e educação pública.
As
minorias “turbulentas” dentro dos que realmente querem mudanças devem ser isoladas
e tratadas com mais seriedade. É necessária uma maior motivação a quem
simplesmente fecha os olhos para a realidade do país. É preciso menos alienação
e mais iluminação. Muitos acreditam que sem violência não existem mudanças, mas
a pergunta que devemos nos fazer é: quem realmente é o precursor dessa
violência? Manifestantes pacíficos, vândalos ou os próprios políticos?
Um
reforma na política é necessária. Encontramos nas manifestações a chance de
começar esse novo processo na história do país. É notório que as
reinvindicações encaixam aos poucos as peças do quebra cabeças que no futuro
formarão um país mais igualitário. Os resultados das manifestações podem não ser
óbvios para todos, mas são devidamente notados pelos olhos de quem quer ou sabe
ver.
Necessidade e
utilidade
Juliana Gomes Araújo
Silva
Ao
longo dos séculos ocorreram inúmeras manifestações ao redor do mundo. No
Brasil, podemos citar os recentes "Caras Pintadas" que exigiam o
impeachment do presidente Collor e também as "Diretas Já" que visavam
eleições diretas para presidente. Nesse último semestre, revivemos um momento
de protestos. Essa onda de reivindicações revela a insatisfação da população
que há tempos aguenta em silêncio um alto custo de vida sem receber um retorno
em investimento no desenvolvimento social.
Esse
movimento é legítimo e positivo porque demonstra que a população não está
indiferente ao que acontece no Brasil e que não desistiu de exigir melhorias
nos serviços nos serviços públicos (saúde, educação, transporte e segurança)
que parecem estar em processo de degradação.
Infelizmente
alguns indivíduos se aproveitam da situação, as vezes para criar baderna
(gerando depredação e prejuízo) ou para manipular a massa e inverter o real
objetivo da ação. Mas não se pode permitir que as manifestações morram por
conta da minoria que tenta distorcer o projeto, porque esse é um movimento
necessário no combate a corrupção, se for empregado com organização.
Percebemos
assim que os protestos devem ser realizados desde que apresentem pautas (que
não sejam genéricas, ou seja, que apresentem um plano para a execução das
mudanças) e também porta-vozes que levem essa pauta aos governantes. Quando
surgir um foco de violência quem deve agir é a polícia, e que esta não exagere
na repressão e também não se abstenha. Simplesmente faça o seu trabalho. O país
deve aproveitar esse momento para evoluir constitucionalmente e socialmente,
revertendo esses protestos em melhorias para a população e não deixando-os cair
na inutilidade.
A
legitimidade da voz
Juliana Morissawa Ferraz do Santos
Conforme o filme “Edukators”, de Hans
Weingartner, “todo coração é uma célula revolucionária”. Assim, não se pode
impedir que grupos da população lutem por suas causas. O povo com coração
revolucionário deve também ter uma voz para ser ouvido.
Ainda que exista certa diluição das causas
(que variaram muito desde a reivindicação inicial – redução da tarifa do
transporte coletivo – passando por questões como saúde, educação e luta por um
país melhor), e grupos que visam o vandalismo, misturados aos manifestantes,
não se deve classificar a maioria por casos à parte.
Não é possível abafar a voz do povo quando
o mesmo se encontra em seu direito de reivindicação “em busca de um país mais
justo e melhor” (como muitos justificaram suas participações nas ondas de
protestos). Para evitar casos extremos de violência em meio aos atos pacíficos,
a polícia deve agir retirando os vândalos dos locais.
Para concluir, como se pode definir algo
que visa o bem da população como ilegítimo? Se não lutarmos por nossos
direitos, quem lutará? “O gigante acordou” e não deve dormir tão cedo.
Um Direito Constitucional
Maria Júlia Viotti
Em 1964, influenciados pela propaganda conservadora e anticomunista, os representantes da “Marcha da Família, com Deus, pela Liberdade” foram às ruas lutar pela renúncia do então presidente João Goulart. Essa movimentação serviu de justificativa para o Golpe Militar. A manifestação dessas pessoas era legal, pediam aquilo que consideravam como o mais correto. Entretanto, a história os define como “massa de manobra”, na qual indivíduos adotam uma causa sem muita reflexão e terminam por serem manipulados como peões em uma resolução política que não necessariamente compreendem. O que se seguiu, uma ditadura violenta e repressora, foi desumana, criminosa, e calou o Brasil por décadas. O medo de manifestações que nos transformassem em fantoches de um espetáculo maior nos assombra desde então.
Contudo, em 2013, o silêncio brasileiro tornou-se revolta e a violência dos “black-bloc” se fez necessária para chamar a atenção deste povo alienado e acordar o gigante adormecido que agora solta fogo pelas narinas. Por outro lado, o problema é que, uma vez com força e voz, nos falta rumo. As muitas reinvindicações desse povo gritante e diverso variam enormemente. Independente disso, a liberdade de expressão é um dos direitos previstos pela Declaração dos Direitos Humanos e pela Constituição Brasileira. Direito esse, que vem sendo honradamente defendido com unhas e dentes.
Para impulsionar o nascimento de uma consciência política geral que nos dê mais direção e legitimidade, é necessário que haja uma mudança na nossa formação escolar. Aulas de Filosofia, de Sociologia e História atual, desde o Ensino Fundamental I, obrigatórias nas redes pública e privada, conscientizariam e formariam cidadãos brasileiros questionadores e pensantes, a base para um futuro mais próspero.
Conhecimento: a mais forte arma social
Mariana Kronitt Silva
As manifestações públicas, como forma de representação dos anseios do povo, têm importância, relevância e poder extremos na sociedade e nas mudanças políticas.
Ao longo da história nacional, esse tipo de movimento causou intensas transformações e reformas políticas. Contudo, a forma como as manifestações se estruturam e as bases e ideias que as sustentam é que definem os resultados das mesmas. A exemplo dessa constatação, tivemos no Brasil os “Caras Pintadas” que, com o claro objetivo de retirar da presidência Fernando Collor, foram às ruas levantando essa bandeira e obtiveram êxito. Já a “Marcha da Família, com Deus, pela Liberdade”, na década de 60, trazia críticas às Reformas de Base e ao governo de João Goulart de forma conturbada, o que levou à intervenção militar e ao início da ditadura.
Partindo da análise desses e de diversos outros movimentos populares, pode-se notar que devido à força de tais protestos é crucial o total conhecimento da situação política do país para que as manifestações tenham efeitos positivos, pois são legítimas, mas acima de tudo, devem resultar em melhorias político-sociais, ao invés de servir de apoio a jogos políticos.
Em meio a movimentos desorganizados e sem foco, surgem diversos fatores, indivíduos e grupos com o intuito de ilegitimar os mesmos. E é por isso que, como forma de evitar tais desfechos, se evidencia a relevância do estudo das ciências políticas em escolas, o conhecimento e a discussão de conceitos e valores fundamentais para a compreensão de nosso papel como cidadão; instrução política à população, para que os jovens sejam estimulados a se envolver em formações e interações públicas em prol de manifestações que tragam realmente impactos positivos na política do país.
A ponta do Iceberg
Renan
Akaishi
Os movimentos que abalaram o Brasil nesse primeiro
semestre são legítimos de ação política, porque são a resposta do brasileiro às
ações inadmissíveis de políticos brasileiros, como a corrupção.
No início
de 2013, ocorreu uma série de manifestações que levaram brasileiro de centenas
de cidade e de diferentes idades, sexo e ideologias políticas às ruas. No Rio,
saíram mais de 300mil e em São Paulo, mais de 150 mil. Esse movimento teve
início em resposta ao aumento da tarifa do transporte público, que apesar
disso, continua em péssimo estado e há superlotação destes meios de transporte
todos os dias.
Apenas
fazendo uma análise superficial do tipo de público participante das
manifestações, pode-se perceber que não se limita a uma minoria ou uma classe
específica e sim, ao povo brasileiro como um todo, que atrás desses atos,
demonstra sua insatisfação com os anos de injustiça social e mostra que não
continuará calado. Devido à comoção social que tais atos acarretaram, o tema
evoluiu para tópicos que estavam entalados no megafone traqueal do brasileiro,
tais como corrupção, revoltas contra políticos politicamente Incorretos, PECs
inconstitucionais dentre muitas outras. Isto foi se tornando uma bola de neve
com força esmagadora tão maciça que os políticos ficaram estupefatos.
Apesar
das ações desesperadoras da polícia em tentar ilegitimar tais manifestações
infiltrando P2, com o intuito de justificar o uso excessivo de força “O Gigante
não se calou. O gigante acordou” assim como era exaltado por diversos
manifestantes nas passeatas. A imprensa que no início das passeatas as taxaram
como Anarquistas, vândalos e desordeiros, passou a concordar com as
manifestações devido à proporção que tomaram. Ou faziam isso ou continuariam na
situação em que se meteram. Um peixe num aquário de tubarões.
Em
resumo, estas manifestações que reivindicavam a tarifa, evoluíram a um protesto
de cunho político e social, que mandou uma mensagem aos políticos brasileiros:
“A nação é o povo. E o que o povo diz não deve ser ignorado”. Num futuro
próximo, as coisas hão de mudar e, pela primeira vez após a ditadura, para
melhor.
A essência de uma
manifestação
Rodolfo
Batista de Lima
O Brasil apresenta
grandes manifestações em sua história. O movimento dos “caras pintadas”,
ocorrido em 1992, que conseguiu tirar Collor do poder, e o movimento das
“Diretas Já”, que acabou com 21 anos de ditadura militar, são exemplos dessas
grandes manifestações. Esses movimentos só obtiveram sucesso graças à sua
organização e às reinvidicações baseadas em propostas claras, objetivas e
possíveis.
Nos últimos meses, a nação brasileira assistiu a um período
agitado no campo político, devido a uma série de protestos iniciadas com a
reinvidicação da redução da tarifa do transporte público em diversas cidades. A
princípio, via-se uma manifestação com reinvidicações claras, mas com o
decorrer do tempo o movimento passou a ser muito dividido, tendo-se em um único
protesto pessoas com cartazes com diferentes propostas e reinvidicações.
A pulverização deste movimento abriu as portas para pequenos
grupos se manifestarem, como os “Blacks Blocs”. Esse grupo de caráter
anarquista, anticapitalista e antiglobalização se infiltra em protestos e
manifestam, depredando patrimônios privados como bancos, que representam o
capitalismo, e lojas como “Starbucks”, Buger King” e etc, que representam a
globalização. Percebe-se que a “reinvidicação” desse grupo é o abandono do
capitalismo como sistema político-econômico; a causa é plausível, mas será que
quebrar tudo que torna o capitalismo possível seria uma solução para esta
mudança?. O simples abandono do capitalismo é inviável, tendo em vista que ele
é a base das relações da nossa sociedade atual, é necessário a adaptação das
nossas relações para a implantação de um novo sistema.
O melhor a se fazer por parte desses grupos é a realização de
manifestações organizadas e com reinvidicações claras, como poderia ser, no
caso do “Black Blocs”, propostas que diminuam a desigualdade como mais impostos
para os mais ricos, uma maior intervenção por parte do estado na economia;
assim se teria uma sociedade mais preparada para uma mudança rumo a um sistema
mais humanitário, OU seja, percebemos que a essência de uma manifestação é a
capacidade desta de ter sucesso em suas propostas e para que isso aconteça é
necessário adesão popular e propostas claras e possíveis.
Apenas um click
Stefanny
Lacerda
As pessoas atuantes nas manifestações,
na maioria jovens, ocorridas na cidade
de São Paulo e por todo o Brasil este ano, fez uso de redes sociais para marcar
datas, estabelecer locais de encontros e, por que não, mostrar que fizeram
parte desse acontecimento que com certeza marca nossa história?! No entanto,
muitas delas apenas “seguiram o fluxo”, “entraram na onda” e ao menos tinham um
propósito para o bem social diante às manifestações.
Tais manifestações começaram com o
Movimento Passe Livre a fim da revogação dos aumentos nas tarifas de transporte
público, mas, depois de uma repressão por parte do governo, mais pessoas
aderiram ao movimento. Talvez por indignação ou posicionamento político
contrário ao governo vigente. Porém, a partir do momento em que a ideia de
protestar e “exercer” liberdade de expressão nas ruas passa a se propagar nas
redes sociais esta se espalha de maneira viral a ponto de como resultado
presenciarmos o encontro de um milhão de pessoas em uma das avenidas mais
movimentadas da cidade de São Paulo, a Av. Paulista.
Quantidade não é qualidade! Apesar do
número de pessoas que saiu às ruas para protestar, o motivo para tal ficou vago
em decorrência da variedade de ideais de cada indivíduo. Logo, a quantidade de
pessoas não significou a qualidade dos protestos, sem contar às pessoas que
“pegam o bonde andando e querem sentar na janelinha”. Estes são os que abraçam
a causa e carregam cartazes com frases de efeito, e que não saberiam responder
a pergunta feita no começo desse artigo: POR QUÊ?
Qualquer brasileiro não recusaria uma
melhora em nosso país, porém coloquemos em pauta as soluções e caminhos que
enxergamos para ocorrência da mesma. Sair às ruas gritando “O gigante acordou”
não vai trazer os resultados de que precisamos. As manifestações não ocorreram
e ocorrem em vão. Tivemos como resposta, por exemplo, o aumento da tarifa de
ônibus revogada, a consciência política foi instigada em muitos alienados
diante de tal assunto, a PEC 37 foi arquivada como havia sido reivindicado em vários
cartazes.
Hoje não chegamos mais a um milhão de
pessoas nas ruas. Mas, conseguiu-se o que era esperado? Não. Há muito mais o
que melhorar em nosso país e as manifestações desse ano não podem ser
esquecidas como vícios e modinhas temporárias de redes sociais.
Clicar em curtir, compartilhar, enviar
ou twitar não basta. O que deve ser feito se resume em clicar em “pesquisar” se
apropriar do assunto e ganhar bases argumentativas sobre ele, e só então clicar
em “desligar” e ir às ruas em busca dos seus ideais. Logo, o alcance de
qualidade nas manifestações depende apenas da consciência de cada um que se
dispõe a fazer parte da mesma, se aqueles que acreditam no que reivindicam e
desejam resultado usarem as redes sociais como instrumento para persuadir e
conscientizar o maior número de pessoas em prol de um bem para com a sociedade
os movimentos podem realmente revolucionar nosso país.
Explosão de democracia
Vanessa Carvalho
Há
exatamente 28 anos, o Brasil saía de um dos momentos mais conturbados de sua
história, a Ditadura Militar.
Esse
país, democraticamente jovem, está vivendo um momento em que sua população sai
às ruas para reivindicar diversos assuntos
de cunho social.
O
fim da corrupção, moradia e transporte de qualidade são algumas das pautas aclamadas
pelos brasileiros que foram se manifestar, mas a verdade é que temos
dificuldade de encarar situações como essa.
É
extremamente fácil entender esses fatores, pois estamos em um país que se
tornou um estado de direito democrático há poucas décadas e as pessoas não
conseguiram se adaptar a esses acontecimentos.
Uma
manifestação pública, para ter sucesso, deve ter uma única causa com a
participação e luta de todos, como aconteceu com o Movimento Passe Livre, que
conseguiu alcançar seu objetivo.
Após
o MPL, muitos outros protestos tomaram as ruas, mas os próprios grupos
discordavam entre si e se separavam, iam por caminhos diferentes nas ruas das
grandes metrópoles. Fatos como esses
facilitam o trabalho da repressiva e má preparada polícia brasileira, que
rapidamente encurrala os manifestantes.
Mesmo
com todas as diferenças entre os objetivos e pessoas que participaram deste momento,
não é cabível considerá-lo efêmero e em vão, pois os que estão nas ruas com
medo de levar uma bala de borracha no rosto por estar com um cartaz na mão,
assim como os que estão no carro enfrentando o trânsito caótico observando
assustados aquela multidão, sabem que o país precisa de mudanças.
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