terça-feira, 29 de outubro de 2013

AIDS – os números voltaram a crescer.

Com os coquetéis de medicamentos os portadores do HIV têm aumentado sua sobrevida; porém novos casos têm surgido de forma alarmante, principalmente entre os jovens. Atentos, os alunos do 9º ano estão discutindo esse tema da maior importância para todos nós!
Fica uma dica de filme para refletir: o sul-africano “Beat the Drum”. Leia as resenhas de Camilla Velloso, Jasmim Caparroz e Luana Marques!
“BEAT THE DRUM”
                                                    Por Camilla Giovannini Velloso
O filme “Beat the Drum”, dirigido por David Hickson, traz como tema central a ignorância do povo africano. A AIDS, doença que ataca a família de Musa (Junior Singo), personagem central do filme, é consequência desta ignorância e do apego a tradições religiosas arcaicas.
Lançado em 2003, o filme tem como objetivo ser um longa-metragem, produzido originalmente para a TV. Este jovem de mais ou menos 12 anos, tentando entender as causas da morte de seus pais e de outros habitantes de sua vila, parte em direção a Johanesburgo, em busca de respostas e, ao longo desta jornada, se depara com a prostituição, a violência sexual contra menores, aos rituais com sacrifícios de animais e a dificuldade de conseguir viver dignamente na cidade grande.
Apesar da pobreza e da doença serem naturalmente temas apelativos, não é isso que vemos na tela. O filme é emocionante e expõe a ignorância e a alienação da população, deixando de lado cenas que poderiam retratar os males da AIDS.
Musa nos sensibiliza com sua inocência inicial e com sua capacidade de percepção da realidade e desejo de mudança.
“Beat the Drum” é uma obra de ficção que nos apresenta a realidade atual africana. A África precisa produzir mais Musas para dar um basta à corrupção, à ignorância e à falta de perspectiva que meninos e meninas, que vivem nas ruas ou na pobreza de pequenas vilas espalhadas pelo continente, continuam tendo.

Pobreza é sinônimo de AIDS?
Por Jasmim Caparroz de Almeida
O filme “Beat the Drum”, 2003, retrata a doença em diversos lugares da África de diversas classes sociais.; desde periferias, ruas, tribos, até em casas de pessoas com renda alta. A diferença é que cada um trata a doença de um jeito: os “ricos” fingem que ela não existe, as pessoas de periferia usam a doença para se defender e as tribos da África (no filme, mostram a tribo Zulu) não sabem que é uma doença, pensam que é uma maldição. Mas todos têm vergonha da AIDS.
O mais interessante do filme é que todos os fatos narrados, problemas sociais, descobertas sobre a AIDS, acontecem na visão de um menino; e isso nos deixa mais chocados do que se fosse na visão de um adulto.
O diretor David Hickson e o roteirista David McBrayer acertaram ao mostrar de perto a intervenção da prostituição, pedofilia e do estupro na doença da AIDS, pois são uns dos maiores meios de desencadeamento da doença.
O longa-metragem, produzido originalmente para TV, conta a história de um menino da tribo Zulu que viaja para a cidade em busca de uma vaca (para repor a outra que foi sacrificada) e do seu tio Majola. Na cidade, ele conhece muitas pessoas que o ajudam em sua jornada, mas também pessoas que só o impedem de atingir seu objetivo.
Algo que o diretor poderia ter aproveitado mais é a paisagem da África; mas por não ser uma superprodução, o filme é muito bem feito e a ideia dele é incrível. É muito importante que o diretor tenha feito um filme sobre o assunto da AIDS, inclusive é bem didático e pode ajudar muitas pessoas a aceitarem a doença e outras a se prevenirem.
Fortes Emoções de uma Jornada
                                                               Por Luana Marques Soares

         “Beat the Drum” (2003) ou, em português, “Uma Jornada de Esperança” é um filme que conta a história de um menino, Musa (Junior Singo), que vive na África na época em que o país está sofrendo uma forte epidemia de AIDS. O menino perde toda a família e sai de sua vila para ir a Johannesburgo em busca de seu tio. Em sua jornada, Musa conhece muitas pessoas e também a vida de uma cidade grande.
         O drama traz diversos valores e dificuldades para os quais precisamos estar bem atentos para captá-los através do olhar de David Hickson (diretor). A sutileza e a veracidade, em perfeito equilíbrio, fazem com que a maneira como conta a história, aborde temas como a prostituição, a AIDS e a pobreza, de forma que não se tem como escapar da reflexão. Sem contar a delicadeza de como trata sobre solidariedade, amor e compaixão.
         Tudo isso porém, só foi possível com a brilhante participação dos atores. Junior Singo (Musa) faz o personagem ganhar uma importância tão grande que qualquer um fica “de queixos caídos”. Seu olhar e simplicidade trazem um enorme carisma e fazem que os espectadores se apaixonem pelo personagem. Além de Owen Sejake (Nobe) e Nolatanda Maleke (Letti) que trazem vida aos seus personagens deixando você com medo, mas ao mesmo tempo dão exemplos de personalidades para a vida. As imagens das pessoas e paisagens, em planos abertos e fechados, e a trilha sonora instrumental e persuasiva, deixam os momentos mais intensos e participativos.
         As relações entre pais e filhos, pessoas de classe mais alta com outras de classe mais baixa e de amizade, muito bem representadas pelos atores, apresentam ligações com nosso cotidiano, temas que preferimos ignorar no dia-a-dia, como a pobreza. Os personagens também apresentam fortes personalidades que encontramos no decorrer de nossas vidas, reportando problemas, como falta de respeito, superioridade e ganância, que ocorrem no mundo inteiro.
         Mesmo sendo um filme produzido para televisão, retrata fortes emoções e um choque de realidade. Muito bem feito, apesar do final previsível, é excelente para entender o porquê de algumas coisas, como a vida no crime, a prostituição e o medo da AIDS, temas tão polêmicos e pouco discutidos. Para assistir a esse filme é necessário tempo, para que se possa assimilar e entender todas as informações transmitidas.

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