Com os 50 anos de Golpe Militar no
Brasil, os alunos do 1ºEM refletiram sobre as atrocidades que um governo
totalitário pode cometer.
Vistaram a exposição Ocupação Zuzu, no
Itaú Cultural, e assistiram ao filme Zuzu Angel (2006).
Uma ótima dica para as férias! Confira as resenhas de Helena, Larissa, Luana e Mickaela sobre o filme e entenda o que a estilista Zuzu Angel e Antígona, de Sófocles, têm em comum!
As injustiças do
passado permanecem no presente?
“Impedir
uma mãe de enterrar seu filho!”, frase dita no filme Zuzu Angel (2006), que ocorre durante a ditadura militar no Brasil
e conta a história do filho de Zuzu Angel, Stuart Angel (Daniel de Oliveira),
que é preso, torturado e desaparece. Zuzu (Patrícia Pillar), estilista de
sucesso, luta para encontrar seu filho e revelar ao mundo a realidade da
ditadura.
A
história trágica de Zuzu e Stuart Angel, roteirizada por Marcos Bernstein e
Sérgio Rezende, assimila-se à história de Antígona, escrita por Sófocles, antes
de Cristo. Antígona foi privada do direito de enterrar o corpo de seu irmão,
porém não aceitou a situação e lutou por seus direitos em uma época onde todos
acatavam as ordens do rei e não tinham liberdade de expressão.
O
filme "Zuzu Angel” é, em si, algo extraordinário. Faz uma relação entre
acontecimentos distantes como os de Antígona e entre a ditadura brasileira de
50 anos atrás. O extraordinário disso é que a falta de liberdade de expressão
existente no ano 442 a.C. (publicação de Antígona) se repetiu há 50 anos,
durante a ditadura militar, quando eram torturadas e mortas as pessoas que
ousassem se opor ao regime.
Além
disso, essa situação se repete quando homossexuais, já no século XXI, não podem
se expressar sobre sua sexualidade por medo de sofrerem agressões. É a partir
da relação entre a estória Antígona (442 a.C.), a história de Zuzu (há 50 anos)
e a atualidade que a pergunta permanece: As
injustiças do passado permanecem no presente?
Zuzu e Antígona:
histórias entrelaçadas
Larissa Vitória dos Santos
O
filme "Zuzu Angel", dirigido por Sérgio Rezende e lançado em 2006,
traz de volta um drama real, vivido nos "Anos de Chumbo" da Ditadura
Militar do Brasil.
A
estilista Zuleika Angel Jones, vivida por Patrícia Pillar, faz uma verdadeira
peregrinação em busca de seu filho Stuart, interpretado por Daniel de Oliveira.
Ele era estudante, comunista, militante e membro da guerrilha de Lamarca (Paulo
Betti), que naquela época, era considerado o inimigo nº 1 do governo
brasileiro.
Zuzu,
depois de receber a confirmação da morte de seu filho, inicia outra jornada,
uma nova luta pelo direito de enterrá-lo.
As
semelhanças entre esta história e a tragédia grega "Antígona", de
Sófocles, são gritantes: duas mulheres fortes, destemidas, que não abaixaram
suas cabeças ante governantes tão autoritários, os militares para Zuzu e
Creonte para Antígona. Ambas seguiram na batalha pelo sacro direito de enterrar
seus familiares até a última instância.
É
interessante como histórias com mais de 2 mil anos de intervalo podem ser
relacionadas. Como diria Millôr Fernandes: "O
planeta mudou muito, o homem mudou pouco".
As
brilhantes atuações de Patrícia Pillar e Daniel de Oliveira passam ao público
sentimentos fortes e podemos compreender que não há limites nos atos que
cometemos por nossos entes queridos, não importa a época.
Desacato
Por
Luana Marques Soares
Na década de 60 e 70, uma mulher
separada, mãe de três filhos, luta para sustentar sua família. Além do
preconceito da época com relação à separação, Zuzu Angel (Patrícia Pillar) tem
que lidar com o sumiço de seu filho na época da repressão. Stuart Jones (Daniel
de Oliveira) militante político, contrário à ditadura civil-militar, luta pela
liberdade e pelos direitos do povo, e desapare. O filme “Zuzu Angel”, de 2006, é
um drama biográfico de uma das mais importantes mulheres brasileiras,
retratando sua perseverança, coragem e saudade na busca pelo seu filho. Cenário
comum na realidade da época.
Uma história tão inspiradora foi dirigida
por Sérgio Rezende de maneira comovente. O tempo psicológico e a trilha sonora
de Cristóvão de Bastos e Chico Buarque foram muito bem escolhidas. Assim como
no livro de Sófocles, “Antígona”, Zuzu inspirou uma população ao desafiar o
Estado e até hoje sua figura permanece. Mulheres de personalidade peculiar
mudaram o mundo e fizeram com que seu papel fosse revigorado na sociedade.
“Contudo, os cidadãos sensatos apoiam e dão razão ao meu
comportamento.” Essa fala de Antígona mostra que o povo está descontente com a
situação, mas tem medo de enfrentar o Estado e a lei, pois como Stuart, filho
de Zuzu, muitos morreram.
O roteiro original é excelente e muito bem
elaborado em sua organização de cenas e falas, principalmente pela força que
tem. No entanto, o elenco que muito prometia, pouco fez. Em atuações forçadas,
pouco sentimento e expressão, percebia-se claramente o texto decorado.
Realmente parecia um filme e não um recorte da vida real. Contudo, a dor de
Zuzu fica clara pela história. A fotografia de Pedro Farkas foi pouco
surpreendente, porém os retratos da tortura foram muito bem representados.
Dor, sofrimento, saudade, angústia e PAIXÃO estão sempre
presentes no filme de Zuzu que com certeza é uma mulher que se deve usar como
exemplo de superação e coragem. Lembrando que precisamos recordar para nunca
mais acontecer. É o exemplo claro de que não podemos deixar o mundo se afundar
em atrocidades onde atiram contra iguais. A história de Zuzu e sua família nos
ensina.
“Só com liberdade se pode prender, só com ela se pode
julgar. E também é preciso liberdade para condenar ou absolver. (…) Desacato é torturar
e matar! (…) Impedir o direito sagrado de uma mãe enterrar seu filho!” - Zuzu
Angel.
Zuzu e os 50 anos de
Golpe Militar
Por Mickaela Ester Barreto
Por Mickaela Ester Barreto
O
filme “Zuzu Angel”, lançado em 2006 e dirigido por Sérgio Rezende, é baseado na
história de Zuleika de Souza Netto (Patrícia Pillar), mãe de Stuart Angel
(Daniel de Oliveira), uma manifestante que desaparece durante a ditadura militar
no Brasil. A partir daí Zuzu começa sua incansável busca pelo filho, até às
últimas consequências.
Assim
como a história de Antígona, tragédia grega de 442 a.C., escrita por Sófocles, Zuzu
também lutou incansavelmente para conservar a memoria e fazer um enterro digno
para seu familiar.
Quem
esteve na exposição “Ocupação Zuzu”, Itaú Cultural que ocorreu entre o dia 1°
de abril (exatamente no dia em que o Brasil completou 50 anos de Golpe Militar)
e 11 de maio de 2014, pôde perceber que o filme não mostra detalhadamente como
a moda influenciou a luta de Zuzu contra a ditadura militar no Brasil. Apesar
disso, mostra muito bem a indiferença dos militares referente aos presos políticos
e seus familiares.
Neste
ano de 2014, em que o Brasil está completando 50 anos de Golpe Militar, o filme
e a exposição de Zuzu ajudam as pessoas a ampliarem seu conhecimento sobre a
ditadura e o sofrimento das pessoas que perderam amigos ou familiares na época.
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