sexta-feira, 27 de junho de 2014

O 1ºEM DÁ A DICA DE FILME PARA AS FÉRIAS!

Com os 50 anos de Golpe Militar no Brasil, os alunos do 1ºEM refletiram sobre as atrocidades que um governo totalitário pode cometer.

Vistaram a exposição Ocupação Zuzu, no Itaú Cultural, e assistiram ao filme Zuzu Angel (2006).


Uma ótima dica para as férias! Confira as resenhas de Helena, Larissa, Luana e Mickaela sobre o filme e entenda o que a estilista Zuzu Angel e Antígona, de Sófocles, têm em comum!

As injustiças do passado permanecem no presente?

                                      Por Helena Caldelas Duarte Soares

“Impedir uma mãe de enterrar seu filho!”, frase dita no filme Zuzu Angel (2006), que ocorre durante a ditadura militar no Brasil e conta a história do filho de Zuzu Angel, Stuart Angel (Daniel de Oliveira), que é preso, torturado e desaparece. Zuzu (Patrícia Pillar), estilista de sucesso, luta para encontrar seu filho e revelar ao mundo a realidade da ditadura.
A história trágica de Zuzu e Stuart Angel, roteirizada por Marcos Bernstein e Sérgio Rezende, assimila-se à história de Antígona, escrita por Sófocles, antes de Cristo. Antígona foi privada do direito de enterrar o corpo de seu irmão, porém não aceitou a situação e lutou por seus direitos em uma época onde todos acatavam as ordens do rei e não tinham liberdade de expressão.
O filme "Zuzu Angel” é, em si, algo extraordinário. Faz uma relação entre acontecimentos distantes como os de Antígona e entre a ditadura brasileira de 50 anos atrás. O extraordinário disso é que a falta de liberdade de expressão existente no ano 442 a.C. (publicação de Antígona) se repetiu há 50 anos, durante a ditadura militar, quando eram torturadas e mortas as pessoas que ousassem se opor ao regime.
Além disso, essa situação se repete quando homossexuais, já no século XXI, não podem se expressar sobre sua sexualidade por medo de sofrerem agressões. É a partir da relação entre a estória Antígona (442 a.C.), a história de Zuzu (há 50 anos) e a atualidade que a pergunta permanece: As injustiças do passado permanecem no presente?



Zuzu e Antígona: histórias entrelaçadas

 Larissa Vitória dos Santos

O filme "Zuzu Angel", dirigido por Sérgio Rezende e lançado em 2006, traz de volta um drama real, vivido nos "Anos de Chumbo" da Ditadura Militar do Brasil.
A estilista Zuleika Angel Jones, vivida por Patrícia Pillar, faz uma verdadeira peregrinação em busca de seu filho Stuart, interpretado por Daniel de Oliveira. Ele era estudante, comunista, militante e membro da guerrilha de Lamarca (Paulo Betti), que naquela época, era considerado o inimigo nº 1 do governo brasileiro.
Zuzu, depois de receber a confirmação da morte de seu filho, inicia outra jornada, uma nova luta pelo direito de enterrá-lo.
As semelhanças entre esta história e a tragédia grega "Antígona", de Sófocles, são gritantes: duas mulheres fortes, destemidas, que não abaixaram suas cabeças ante governantes tão autoritários, os militares para Zuzu e Creonte para Antígona. Ambas seguiram na batalha pelo sacro direito de enterrar seus familiares até a última instância.
É interessante como histórias com mais de 2 mil anos de intervalo podem ser relacionadas. Como diria Millôr Fernandes: "O planeta mudou muito, o homem mudou pouco".
As brilhantes atuações de Patrícia Pillar e Daniel de Oliveira passam ao público sentimentos fortes e podemos compreender que não há limites nos atos que cometemos por nossos entes queridos, não importa a época.


Desacato
                                                          Por  Luana Marques Soares
         Na década de 60 e 70, uma mulher separada, mãe de três filhos, luta para sustentar sua família. Além do preconceito da época com relação à separação, Zuzu Angel (Patrícia Pillar) tem que lidar com o sumiço de seu filho na época da repressão. Stuart Jones (Daniel de Oliveira) militante político, contrário à ditadura civil-militar, luta pela liberdade e pelos direitos do povo, e desapare. O filme “Zuzu Angel”, de 2006, é um drama biográfico de uma das mais importantes mulheres brasileiras, retratando sua perseverança, coragem e saudade na busca pelo seu filho. Cenário comum na realidade da época.
         Uma história tão inspiradora foi dirigida por Sérgio Rezende de maneira comovente. O tempo psicológico e a trilha sonora de Cristóvão de Bastos e Chico Buarque foram muito bem escolhidas. Assim como no livro de Sófocles, “Antígona”, Zuzu inspirou uma população ao desafiar o Estado e até hoje sua figura permanece. Mulheres de personalidade peculiar mudaram o mundo e fizeram com que seu papel fosse revigorado na sociedade.
         “Contudo, os cidadãos sensatos apoiam e dão razão ao meu comportamento.” Essa fala de Antígona mostra que o povo está descontente com a situação, mas tem medo de enfrentar o Estado e a lei, pois como Stuart, filho de Zuzu, muitos morreram.
         O roteiro original é excelente e muito bem elaborado em sua organização de cenas e falas, principalmente pela força que tem. No entanto, o elenco que muito prometia, pouco fez. Em atuações forçadas, pouco sentimento e expressão, percebia-se claramente o texto decorado. Realmente parecia um filme e não um recorte da vida real. Contudo, a dor de Zuzu fica clara pela história. A fotografia de Pedro Farkas foi pouco surpreendente, porém os retratos da tortura foram muito bem representados.
         Dor, sofrimento, saudade, angústia e PAIXÃO estão sempre presentes no filme de Zuzu que com certeza é uma mulher que se deve usar como exemplo de superação e coragem. Lembrando que precisamos recordar para nunca mais acontecer. É o exemplo claro de que não podemos deixar o mundo se afundar em atrocidades onde atiram contra iguais. A história de Zuzu e sua família nos ensina.

         “Só com liberdade se pode prender, só com ela se pode julgar. E também é preciso liberdade para condenar ou absolver. (…) Desacato é torturar e matar! (…) Impedir o direito sagrado de uma mãe enterrar seu filho!” - Zuzu Angel.

Zuzu e os 50 anos de Golpe Militar

                                             Por Mickaela Ester Barreto

O filme “Zuzu Angel”, lançado em 2006 e dirigido por Sérgio Rezende, é baseado na história de Zuleika de Souza Netto (Patrícia Pillar), mãe de Stuart Angel (Daniel de Oliveira), uma manifestante que desaparece durante a ditadura militar no Brasil. A partir daí Zuzu começa sua incansável busca pelo filho, até às últimas consequências.

Assim como a história de Antígona, tragédia grega de 442 a.C., escrita por Sófocles, Zuzu também lutou incansavelmente para conservar a memoria e fazer um enterro digno para seu familiar.

Quem esteve na exposição “Ocupação Zuzu”, Itaú Cultural que ocorreu entre o dia 1° de abril (exatamente no dia em que o Brasil completou 50 anos de Golpe Militar) e 11 de maio de 2014, pôde perceber que o filme não mostra detalhadamente como a moda influenciou a luta de Zuzu contra a ditadura militar no Brasil. Apesar disso, mostra muito bem a indiferença dos militares referente aos presos políticos e seus familiares.

Neste ano de 2014, em que o Brasil está completando 50 anos de Golpe Militar, o filme e a exposição de Zuzu ajudam as pessoas a ampliarem seu conhecimento sobre a ditadura e o sofrimento das pessoas que perderam amigos ou familiares na época.

Nenhum comentário:

Postar um comentário