segunda-feira, 18 de novembro de 2013

1º EM - QUE LIVRO VOU PROTEGER?

Ray Bradbury, autor de Fahrenheit 451, pediu e a turma imaginou que livros protegeriam das chamas!

Fernanda, Giovanna, Rafaella e Rebecca salvam quatro livros imperdíveis. Leia suas resenhas! 




A VIDA NAS PALAVRAS
Rafaella R. de Faria

        Markus Zusak, escritor australiano, sempre ouvia histórias sobre a Alemanha Nazista. Então decidiu lançar, em 2005, um livro sobre este assunto. “A menina que roubava livros” (The Book Thief) tem um enredo envolvente e ao mesmo tempo trágico, que não dá para parar de ler nem por um segundo.
         A história é narrada pela morte, o que a torna especial e diferenciada. Liesel, uma menina que escapa da morte três vezes, é assombrada por pesadelos durante a Segunda Guerra Mundial. Seu irmão morre no trajeto a uma cidade alemã e Liesel estava presente nesse momento e é nesse momento que a menina tem seu primeiro contato com um livro. Os irmãos são enviados ao subúrbio, pois a mãe comunista passa a ser perseguida por nazistas. Liesel, sozinha, é adotada por um casal e somente o pai adotivo, Hans, a compreende. Faz amizade com Rudy, um menino que foi obrigado a integrar à Juventude Hitlerista. Tem contato com um judeu, Max, que faz livros ilustrados... e rouba livros da mulher do prefeito, que trazem um novo sentido à sua vida.
         Não tem como falar da “menina que roubava livros” e não relembrar sua capa (criada por Mariana Newlands). Apenas uma mulher, uma árvore e três cores são ilustradas: vermelha, branca e preta, o que causa um ar sombrio. Além disso, a contracapa, com apenas uma frase, faz você refletir e pensar sobre a obra: “Quando a Morte conta uma história, você deve parar para ler”. É uma sensação intrigante.
         Muitos adolescentes não compram este livros por causa do número de páginas (468), porém não tem como retirar uma só palavra desta obra. O leitor se emociona ao perceber o poder das palavras e suas mensagens, se comove com o sofrimento dos judeus e com a queima de livros, algo que também é retratado no livro Fahrenheit 451 (Ray Bradbury).
         “A menina que roubava livros” é uma obra que realmente deve ser memorizada e lembrada no futuro.

UMA ORQUÍDEA FORMA-SE
Giovanna Piesco

No ano de 1945, dois marcantes e terríveis períodos da história da humanidade se encerravam. No Brasil, declarou-se o fim da Era Vargas e a volta da tão aclamada democracia. No mundo, se encerrava a Segunda Guerra Mundial. Nesse mesmo ano, foi publicada a obra A Rosa do Povo, de Carlos Drummond de Andrade, que refletiu de maneira profunda os sentimentos de uma sociedade abalada pelo caos em que se encontrava o mundo.
Composta por 55 poemas e publicada pela Companhia das Letras, a obra discute da temática social ao fazer poético de maneira magnífica. A disposição do autor para o engajamento político provocou uma preocupação inevitável sobre a função da poesia, fazendo com que a utilização da metapoesia se tornasse quase uma necessidade.
Levando-se em consideração a importância de tal obra para a história da literatura e da humanidade, esta não poderia ser perdida com o tempo. Com isso, em uma situação como a de Fahrenheit 451, uma ficção na qual ocorre a queima de livros, A Rosa do Povo deveria ser protegida, sendo memorizada e lembrada no futuro.
Ao poetizar os nefastos e odiosos sentimentos, provocados pela opressão e pela guerra, e buscar o sentido da poesia, Drummond transforma-se em sua própria metáfora. Metamorfoseia-se, tornando-se a orquídea antieuclidiana de Áporo, que surge onde não parece haver escape.



   NAS GARRAS DO ESCARAVELHO
Rebecca São Pedro

      Lúcia Machado de Almeida, com o clássico livro da literatura infanto-juvenil “O Escaravelho do Diabo”, vem encantando o público jovem com a história policial, repleta de mistérios, desde 1972.
      Tudo começa em Vista Alegre com Alberto, estudante de medicina, que acaba de encontrar seu irmão Hugo, jovem de cabelos ruivos, morto com uma espada cravada em seu peito. Ninguém poderia se quer imaginar que esse seria apenas o primeiro assassinato, onde todas as vítimas possuem lindos cabelos ruivos e, antes de suas devidas mortes, recebem um escaravelho. Obcecado por descobrir quem é esse terrível assassino, Alberto conta com a ajuda do Inspetor Pimentel e se apaixona por uma bela menina de cabelos avermelhados.
     Tendo apenas 128 páginas, o livro da Editora Ática, na coleção Vaga-Lume, cativa a geração de novos leitores, fazendo com que se encantem pelo gênero mistério. Sendo “O Escaravelho do Diabo” uma obra voltada para o público infanto-juvenil, esta não possui um terror psicológico excessivo e muito menos descrições macabras. No entanto, isso nada afeta o fato de que o leitor se prenda à maravilhosa sequência de crimes que ocorrem no decorrer da história e à incrível semelhança entre as vítimas.

     Em adaptação aos quadrinhos de Fahrenheit 451, o próprio autor, Ray Bradbury, sugere aos leitores que um livro seja selecionado para então ser memorizado e protegido dos bombeiros queimadores de livros. Por ser simples, porém envolvente, fazendo com que o gosto pela leitura seja despertado no jovem leitor, “O Escaravelho do Diabo” seria meu escolhido.

Vulgo ‘’Casmurro’’, ‘’Dom’’ por ironia Marina Teles Sutija Bentinho foi prometido pela mãe, D. Glória, à vida eclesiástica antes mesmo de respirar os ares de Capitu, sua vizinha. Por ela apaixonado, foi ao seminário, de onde volta e se casa com a menina de tranças longas e olhos de ressaca, Capitu. De seu casamento nasce Ezequiel, que quanto mais moço, mais parecido com Escobar, colega da faculdade de Direito de Bentinho, casado com Sancha, amiga de Capitu. Entre mortes, desencontros e ressacas de olhos, boca e ouvidos, Bentinho torna-se Dom Casmurro, encasulado ‘’à la recherche de temps perdu’’ (RJ: Editora MEDIAfashion). Um romance, obra-prima inegável de Machado de Assis (1839-1908), publicado em 2008 na primeira edição da Coleção Folha Grandes Escritores Brasileiros (336 págs.), aborda temas como a família patriarcal e a vida eclesiástica imposta pelos pais no século XIX, característica marcante de um romantismo resgatado, com paixão, ciúmes e adultério que acorrentam o leitor em uma relação de amor (por mais pesada que possa ser a leitura, num desfecho tardio) e, quem sabe, ódio (dizem que estes andam bem próximos). ‘’Não consultes dicionários, ‘’Casmurro’’ não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo. ‘’Dom’’ veio por ironia, para atribuir-me fumos de fidalgo’’. Machado de Assis trouxe um homem à vida, com seus defeitos e qualidades, medos e inseguranças atemporais. ‘’Dom Casmurro’’ aparenta ser só uma casca oca, mas expõe a carne e as veias de Bentinho em uma atmosfera memorialista, unindo infância e velhice, as duas pontas da vida. Passado e presente unem-se então, num futuro que é nada mais que o hoje, com ‘’Fahrenheit 451’’, de Ray Bradbury, mostrando as faces de homens como nós, enjaulados e usurpados buscando por libertação através das palavras. Palavras estas, que devem ser guardadas para que Bentinho continue pulsando por entre as entranhas da casca do velho Casmurro, e para que Machado continue pulsando em nossas bocas e ouvidos. Elas devem ser protegidas do esquecimento, mantidas distanciadas da temperatura 451°F, da queima do papel. O fogo que houver, será para aquecer as rodas de histórias jamais esquecidas.



AVENTURAS E MISTÉRIOS INTERLIGADOS

Fernanda Alves Sobrinho

                O livro “Interligados - Aden Stone e a batalha contra as sobras”, de Gena Showalter, uma escritora estadunidense do gênero de romance contemporâneo, é dirigido ao público infanto-juvenil e foi publicado pela editora Universo dos Livros de São Paulo no ano de 2010, com 448 páginas repletas de aventuras, romances e mistérios.
         O livro conta a história de Aden Stone, um garoto de 16 anos que, desde quando nasceu, carrega em sua mente quatro almas com dons específicos: Julian ressuscita os mortos, Elijah prevê o futuro, Caleb consegue tomar para si o corpo de outra pessoa e Eva pode viajar no tempo. Como consequência disso, o garoto era visto como esquizofrênico e passou sua infância e adolescência em clinicas psiquiátricas e em reformatórios, sempre desejando um pouco de paz e privacidade em seus pensamentos. Um dia, ele encontrou esta paz. O nome dela? Mary Ann. A garota conseguia calar as vozes da mente de Aden de uma maneira misteriosa, mas se pensam que este é o casal romântico estão enganados!
Une-se a eles na aventura para desvendar os mistérios das almas presas na cabeça de Aden e o incrível dom de Mary Ann, a linda princesa vampira Victória, que se envolve em um romance proibido com Aden. Também se une a eles o lobisomem mutante Riley, que é guarda-costas da princesa e que acaba se apaixonando por Mary Ann. Juntos os jovens vivem aventuras alucinantes enfrentando seres muito poderosos.
O poder que este livro tem de prender as pessoas à história é enlouquecedor, principalmente para quem adora mistérios, lobisomens, vampiros, bruxas e segredos. A autora escreve e descreve de maneira fantástica nos trazendo sensações diversas mesmo sendo coisas imaginárias, sem muitas relações com a atualidade.
         Um livro como esse nos tira da realidade por instantes e impulsiona nossa capacidade de sonhar e imaginar, portanto, deveria existir para sempre. Se um dia os bombeiros, por algum motivo maluco, resolvessem queimar todos os livros da face da terra, como na ilustre história fictícia de Ray Bradbury, narrada no livro “Fahrenheit 451”, deveriam ser salvos livros como os de Gena, mesmo que não nos façam refletir sobre as questões atuais, mas porque nos fazem viajar em nossa própria imaginação.


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