Após estudar o conceito de variedade linguística, nas aulas de Português, a turma do 1º E.M. percebeu que o preconceito linguístico pode reforçar muitos estereótipos sociais.
Inspirados na música "As mina de Sampa", de Rita Lee, produziram crônicas, reportagens e resenhas sobre o dia Internacional da Mulher, 8 de março.
Assista ao clipe da música e prestigie os textos das alunas Bia Senf Fernandes, Marina Teles Sutija e Rafaella Rogatto de Faria!
Datas comemorativas: o que há por trás - Beatriz Senf
“Ou mano, em São Paulo é tudo dondoca estressada”
“Lá no Rio... só tem gata de corpão violão”
“No Amazonas só deve ter bicho-do-mato, eu hein?! Não sou macaco não... hahahaha”.
“Ahh... hoje é dia da mulher, né? Vou dar flores pra minha namorada, ela merece”.Há tantos estereótipos na sociedade de hoje! Até parece que todas as mulheres de São Paulo são estressadas, e que todas as mulheres do Rio têm corpão violão, ou que as mulheres do Amazonas são todas “bichos-do-mato”. Isso é uma imagem que implicitamente diz que saímos de uma fábrica, ou seja, somos todos(as) iguais. De qualquer maneira, qual o problema de ser bicho-do-mato, dondoca ou não ter corpão violão? Afinal, cada um é um e essas imagens são estereótipos, que às vezes, fazem com que alguém se sinta mal, por não ser como a maioria.
Hoje é o dia Internacional da Mulher. Eu concordo em homenagear as mulheres que foram mortas lutando pelos nossos direitos em 1857, em uma fábrica têxtil em Nova Iorque; mas o que este dia 8 de março se tornou após ser considerado pela ONU o Dia Internacional da Mulher?
Com o objetivo de realizar reuniões para discutir o papel da mulher na sociedade, o que denuncia a desigualdade entre os homens e as mulheres, este dia se tornou o único dia do ano em que a mulher é parabenizada pelo que ela faz todo dia. O pior é que esse parabéns nem é do “fundo do coração”.
Esse dia, assim como o da consciência negra, é um dia em que o preconceito e as desigualdades tanto do gênero quanto das etnias são reafirmados na sociedade.“Vai lavar louça!”
Mulher: o Estereótipo da Palavra - Marina Teles Sutija
Não é necessário que seja o Dia Internacional da Mulher para ela se fazer presente na língua de todos: ácida ou adocicada demais, estereotipada.
Mulher frágil, mulher forte, em ‘’TPM’’, fofoqueira, falante, consumista. Há uma infinidade de adjetivos desnecessários, um tal de ser e não ser, que acabam por transformar a mulher num ser esquematizado, preocupado com o exterior (ou com o interior, todo o sentimentalismo clichê). Perde-se toda uma essência individual.Aonde vai parar a originalidade de cada um? Somos todos da mesma espécie, mas do mesmo cérebro (e coração), se assim posso dizer.
Talvez você, meu leitor, se pergunte: se é tanta repetição, pra quê escrever sobre a mulher, no seu dia? Não é previsível demais? Não, leitor! Não! Sou mulher e sou complexa! Não sou complexa porque sou mulher, sou complexa porque sou assim! E que fique clara a conjugação do verbo ser na primeira pessoa do singular!
Estava hoje mesmo pesquisando sobre o Dia Internacional da Mulher, encontrei umas revistas… E acredite se quiser: tudo o que li sobre o assunto foi uma propaganda de perfume barato com uns poucos dizeres apelativos. Não pense que me incomodei com tal, fiquei satisfeitíssima! Afinal, nada como ser normal e real, sem a mídia para apelar para o lado emocional das coisas. Afinal, custou muito sangue, vida e suor para o sexo feminino chegar ao patamar que chegou. Portanto, parabéns aos seres humanos do sexo feminino pelas batalhas ao longo dos séculos!
Mulher na Sociedade - Rafaella Rogatto
Esta semana, no dia 8 de Março, foi considerado o Dia Internacional da Mulher. Em 1875, nesse mesmo dia, operárias fizeram uma grande greve, para reivindicar melhores condições de trabalho, mas esta manifestação teve uma resposta violenta. Mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada.
Somente no ano de 1910 foi decidido que o dia 8 de Março passaria ser o “Dia Internacional da Mulher”, porém esta data só foi oficializada pela ONU em 1975.
Esta foi apenas uma das opressões que as mulheres já sofreram. Em Outubro de 2012, uma estudante foi baleada na cabeça. Malala, nascida no Paquistão, ficou conhecida por lutar pelos direitos civis, os direitos femininos, pois o Taliban proibiu a frequência de mulheres em escolas. Embora tenha se tornado um símbolo, Malala sofreu um ataque por um miciliano.

Malala foi gravemente baleada na cabeça e na nuca quando subia em um ônibus, indo para a escola.
As mulheres de hoje em dia sofrem preconceitos, têm menos chances no mercado de trabalho, recebem salários menores que a dos homens, jornada excessiva... e ainda ocorre a violência. Embora essa situação já tenha melhorado muito, há casos recentes. O julgamento de Mizael Bispo é um exemplo. O policial militar foi condenado, esses dias, a 20 anos de prisão, acusado de matar a ex-mulher, Mércia Nakashima, no ano de 2010.
As mulheres têm um papel muito importante na sociedade. De acordo com a professora Gizele Caparroz de Almeida, do Colégio Sidarta, de Cotia, “a mulher brasileira hoje, move o país. Sustenta sua família, muitas vezes sozinha, cuida dos filhos e está lutando no mercado de trabalho. Hoje nossa governante é uma mulher”.
Essas palavras não são suficientes para descrever o potencial da mulher no mundo e sua importância, mas já dá para entender a relevância que esta “personagem” tem em nossa sociedade.
Homens, não deem apenas flores e chocolates para sua namorada, esposa, noiva, filha... mostrem o valor de sua luta, que a fez estar aqui hoje; mostrando seu potencial, sua capacidade. Não estereotipem as mulheres brasileiras, como muitos fazem. Valorizem-nas!
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