quarta-feira, 10 de abril de 2013

3º E.M. - NOTÍCIAS INSPIRAM CRÔNICAS!


Confiram algumas crônicas de nossos alunos do "Terceirão" e as notícias que as inspiraram! (Crônicas produzidas em 01/03/13)

A Procissão dos cegos - Renata R. S. L. da Silva

No jornal a gente encontra de tudo. 
Recentemente, uma tal de “Rede de Sobreviventes dos Abusados por Padres” chamou minha atenção; um grupo responsável por proteger vítimas de abuso sexual por clérigos na infância e na adolescência. 

O engraçado disso (além do próprio nome da organização) é a quantidade de casos como este que já se viu acontecer em um mesmo local; este, que é considerado o epicentro da religião católica, um lugar onde praticamente toda a população faz pelo Papa o que um fiel aprendiz faz pelo seu mestre. Porque, afinal, é o que se entende pela função de Papa, não? Um mestre doutrinário, ocupando o maior cargo da Igreja.

Igreja esta, que agora encontra-se em apuros. Já obrigada a gastar bilhões de sua inestimável riqueza em indenizações por conta dos (não poucos, nem recentes) escândalos, ainda terá que eleger um novo Papa, para, ao menos conseguir manter-se viva na vida daquelas pessoas que, sem ele, estão como cegos procurando suas bengalas.

Crônica inspirada em:
Rede lança lista de cardeais que teriam protegido pedófilos 
A Rede de Sobreviventes de Abusados por Padres (Snap, sigla em inglês) publicou ontem uma lista negra com o nome...
A Rede de Sobreviventes de Abusados por Padres (Snap, sigla em inglês) publicou ontem uma lista negra com o nome de 12 papáveis que teriam protegido padres pedófilos e pediu que a Igreja leve a sério a proteção das crianças, a ajuda às vítimas e as denúncias de corrupção.
"Queremos dizer aos prelados católicos que deixem de fingir que o pior já passou (sobre os abusos sexuais)", afirmou David Clohessy, diretor da associação.
Na lista constam os cardeais Leonardo Sandri (Argentina), George Pell (Austrália), Marc Ouellet (Canadá), Timothy Dolan, Sean O'Malley e Donald Wuerl (Estados Unidos), Peter Turkson (Gana), Oscar Rodríguez Maradiaga (Honduras), Tarcisio Bertone e Angelo Scola (Itália), Norberto Rivera Carrera (México) e Dominik Duka (República Tcheca).


Barulho do silêncio ou o barulho da violência - Felipe Oliveira Machado

Voltar do trabalho para casa. Ação comum para milhares de paulistanos. Mais comum ainda é voltar para casa em plena noite de quarta feira e encontrar na “cidade que nunca para” as torcidas fanáticas se dirigindo aos estádios da capital. Acostumado a sair do trabalho e passar com minha bicicleta pela Praça Charles Miller, sendo necessário enfrentar uma massa de mais de 40 mil fanáticos que esperam a abertura dos portões do Pacaembu, me deparei com a falta de uma das maiores torcidas do Brasil.

A praça estava vazia e pela primeira vez da minha vida, foi possível ouvir o vento e o chacoalhar das arvores na Praça Charles Miller em plena quarta feira. Onde estariam os “loucos” por futebol naquela noite? E a incrível e barulhenta torcida?

A torcida faz parte do espetáculo, ou melhor, é um espetáculo à parte. O que seria de uma partida de futebol sem as olas, os gritos de “olé”, as vaias e os xingamentos? Mas naquele dia seria assim. Quem assistiu à partida pela TV ficou se perguntando: “Por que não mostram a torcida?” E a dura verdade era saber que não havia torcida.

O que explicaria a falta de amor ao clube no estádio? Com certeza era mais uma punição aos casos de violência nas arquibancadas. O clube foi punido e assinaram o decreto: “a cadeira do estádio não terá o seu companheiro de todas as quartas”

A torcida que surge por simpatia e logo se torna amor incondicional, vem sofrendo e promovendo tragédias. Se na Antiguidade as torcidas ficavam eufóricas ao verem seus protagonistas, os gladiadores nas Arenas, hoje a situação não é diferente. A atenção antes voltada aos gramados, hoje se volta as arquibancadas para ver os “gladiadores” do novo milênio duelarem entre si.

Penso comigo, que com o aumento da violência nos estádios, estes, que antes eram palco de divertimento e emoção, se tornem, em poucos anos, frios, intactos e desprezados. Será dessa forma que as torcidas deixarão de mostrar sua magia e deverão se contentar com estádios pequenos, reduzidos a um conjunto de imagens refletidas nas paredes da sala de uma massa apaixona por futebol.

Ao fim daquele jogo, o juiz pegou a bola nas mãos, apontou o centro do campo e soltou um sopro no apito de dever cumprido. Se a expectativa de muitos era ver a comemoração e a euforia da torcida com a vitória, tiveram que se contentar com o simples e aliviado apito do juiz, que chegou até os ouvidos dos torcedores, como o único som daquela partida.

Crônica inspirada em:



‘Quase silêncio’: Com liminar, 4 torcedores assistem jogo do Corinthians das arquibancadas 

Apenas quatro vozes foram ouvidas no estádio do Pacaembu na noite desta quarta-feira, na vitória do Corinthians por 2 a 0 sobre o Millonarios, da Colômbia. Com uma liminar que os permitiu passar por cima da punição da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) de fechar os portões em jogos do Timão por 60 dias, os torcedores viveram um dia histórico e, no mínimo, curioso. À exceção de jornalistas, funcionários do Pacaembu e membros da Conmebol, apenas Armando José Mendonça, Milton Guilherme Mendonça, Carina Bellinato Mendonça e Rodrigo Adura puderam assistir à partida ao vivo. A atenção dos torcedores, porém, nem sempre se voltava ao que aconteceria dentro das quatro linhas – Milton, por exemplo, passou praticamente o primeiro tempo inteiro utilizando um aparelho celular. 
Quando o Timão entrou em campo, os jogadores se impressionaram com a presença dos quatro alvinegros no setor das numeradas, próximos ao local onde fica a imprensa no estádio. Alguns, não entendendo a situação, chegaram a rir, mas fizeram a tradicional saudação, erguendo os braços em direção a eles. Como retribuição, os torcedores gritaram os nomes de todos os titulares, um por um.
O gol de Paolo Guerrero, marcado aos 10 minutos do primeiro tempo, foi comemorado efusivamente pelo quarteto. Guarnecidos por três policiais militares, posicionados logo atrás deles, os torcedores festejaram, sozinhos. Membros da delegação corintiana, acomodados acima, em um dos camarotes do Pacaembu, também fizeram barulho. Dentro de campo, os jogadores comemoraram próximos a uma das bandeirinhas de escanteio. 
Nem mesmo o trio de arbitragem, composto pelo juiz Nestor Pitana, e pelos auxiliares Hernan Maidana e Diego Bonfa, foi poupado. Nos lances de impedimento, Rodrigo Adura levantava-se de seu assento para gesticular e reclamar da decisão, dirigindo-se especialmente a Pitana. Fonte: globoesporte

Torcida, organizada para...? - Felipe Silva Rocha

Quarta-feira, dia da estreia do Corinthians, meu “Coringão”, na Copa Libertadores da América. Fui para a Bolívia com meus amigos da Gaviões da Fiel, a torcida organizada mais fanática pelo seu time. No campo, um jogo aparentemente normal, porém nas arquibancadas, um alvoroço iniciava-se. Enquanto do “nosso” lado, o cheiro de pólvora dissipava-se no ar, do lado de lá pessoas corriam desesperadas e alguns médicos entravam no meio da confusão da torcida, saindo com alguém em uma maca. De repente, um grito ecoou pelo estádio: “Assassinos, assassinos”. No intervalo da partida, ficamos sabendo que um sinalizador havia atingido um garoto de 14 anos. Ele foi levado ao hospital, mas morreu logo em seguida. “MEU DEUS”, foi o que pensei no momento. Começaram a chegar diversas lembranças na cabeça, de muitos jogos, brigas e esquemas da Gaviões.

Nesse momento de epifania, descobri a finalidade das torcidas organizadas. Brigas, medo, dinheiro, nada de futebol. Diversas brigas da Gaviões foram marcadas com outras torcidas organizadas. Uma baixaria total, lembro dos paus e pedras pelas ruas, do sangue por todo lado. Por que será que eu batia em outro ser humano, somente porque ele vestia e torcia para o verde? Por que eu, simplesmente, não assistia ao jogo com minha família?

Família... eu não tenho mais coragem de levar a minha ao estádio. Sempre que vou, vejo alguém apanhando, sofrendo. Muitas vezes, alguém de dentro da Gaviões briga com outro integrante da própria torcida. Mas o pior é quando batemos em um jogador do Corinthians. Se alguém está jogando mal, não rende em campo, atrapalhando o time e tem o azar de encontrar algum torcedor pela rua, tenho até dó, mas ou ele corre ou paga a conta do hospital.

A única época em que não há violência nos estádios é no carnaval, no qual a Gaviões obtém seu maior lucro do ano, com fantasias extremamente caras, patrocínios absurdos e ajudas financeiras, sendo tudo pago pelo verdadeiro torcedor do Corinthians. A violência das torcidas, mudam de endereço, passam dos estádios para o sambódromo. Ano passado, nossa escola estava ganhando o troféu de “escola campeã”, mas por causa de uma nota, perdeu o título. Uma confusão foi formada. Um integrante rasgou as fichas das votações, derrubou os troféus e a torcida, no lado de fora, causou o maior alvoroço, quebrando carros, muros, etc. Realmente, confusão é sinônimo de torcida organizada.

Enquanto isso acontecia (com minha ajuda), meus olhos eram tapados pela ideologia “Tudo pelo Corinthians”, pronunciada sempre pelo presidente da torcida organizada. Infelizmente, foi preciso uma morte para eu “cair na real” e descobrir que a alegria do futebol, de zuar e ser zuado pelos amigos, já acabou faz tempo e as grandes culpadas disso são as torcidas organizadas, consideradas o “câncer” do futebol brasileiro. Deve-se pressioná-las para pôr um fim a esse mal. Daí sim acharemos a cura para esses problemas.

Crônica inspirada em:


Torcedor do San José morre após ser atingido por sinalizador


Um torcedor do San José, de apenas 14 anos, morreu após ser atingido por um sinalizador que teria partido da torcida do Corinthians, no estádio Jesús Bermúdez, na noite desta quarta-feira, no empate por 1 a 1 na estreia das duas equipes na Taça Libertadores da América. As informações são do tenente Cáceres, da polícia local. A diretoria do clube boliviano também confirmou o fato e lamentou o ocorrido logo após a partida. O clima foi de total comoção e revolta. Doze corintianos estão presos.
Natural de Cochabamba, Kevin Douglas Beltrán Espada foi atingido no olho pelo artefato, liberado nos estádios bolivianos, e chegou a ser levado para o Hospital Obrero, em Oruro, mas não resistiu. Segundo o médico que atendeu o garoto, a morte foi instantânea.
- Houve perda de massa encefálica devido ao projétil, um tubo de plástico, que penetrou no crânio. Por conta disso, a morte foi imediata - explicou José María Vargas à imprensa local.
De acordo com um assessor da presidência do San José, será aberta uma investigação criminal.

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